A tradição dos Confetti é muito forte em toda Itália, mas em Andria sobretudo. Tanto que é lá que fica o museu do Confetti, um lugar para conhecer a tradição deste doce que faz parte de todas as comemorações da Itália.
A amêndoa açucarada – o confetto – é um doce feito de uma amêndoa coberta de açúcar, mas que hoje há muitas variações realizadas com pistache, avelã ou chocolate e recoberto de açúcar. É uma especialidade utilizada como símbolo de sorte e prosperidade, produzida desde os tempos antigos.
História do confetto:
O confetto tem uma história muito antiga. Segundo algumas fontes, o confetto já era conhecido na época romana. Diz-se que os antigos romanos usavam amêndoas açucaradas para celebrar nascimentos e casamentos, só na época, como o açúcar ainda não havia sido descoberto, se usava mel e se produzia um composto doce que envolvia a amêndoa, feito de mel e farinha.
Era considerado uma espécie de “bombom” apreciado em ocasiões importantes. De acordo com outra teoria, o confetto nasceu em 1200 d.C. aproximadamente, um período em que amêndoas e sementes de anis e coentro foram cobertos com uma camada de mel endurecido. Também neste caso eram doces muito populares nas famílias nobres, que os guardavam em preciosas caixas decoradas.
Somente em 1400 que o açúcar passou a ser utilizado na produção de amêndoas açucaradas. E é nesse período que nasce a fabricação de amêndoas com açúcar em Sulmona (município da província de L’Aquila, no Abruzzo). E ainda neste local, por volta do século XV, o processamento artístico de confeitos desenvolveu-se no Mosteiro de Santa Chiara. Lá, as amêndoas açucaradas eram amarradas com fios de seda para decorar flores, cachos, orelhas, rosários. A antiga tradição na confeitaria faz da Sulmona a mais antiga fábrica italiana de confetti.
A história do confetto continuou ao longo dos séculos. No período da Renascença, por exemplo, os convidados eram recebidos com tigelas cheias de amêndoas açucaradas; isso também ocorria durante recepções para celebrar os votos de freiras e padres. Até o Estado Papal usava confetti, dando-os como uma homenagem aos atores teatrais.
A palavra “confetto” deriva do verbo latino “confacere” que é embrulhar com alguma coisa, tal como acontece neste caso em que o açúcar envolve a amêndoa.
Do confetto à bomboniere na tradição italiana
Mas a sua afirmação deu-se em 1896, quando para o casamento do príncipe de Nápoles e futuro rei da Itália, Vittorio Emanuele, com Elena de Montenegro, os convidados receberam como presente uma bomboniere (caixa decorada com amêndoas açucaradas) como um presente, tornando-os assim o presente dos cônjuges e cedendo à tradição moderna que conhecemos hoje e que se popularizou, não mais restrita à burguesia ou à nobreza apenas.
Portanto, seja o brinde de casamento em porcelana, vidro ou outro material, seu significado está ligado ao confetto, símbolo de bom presságio para o aniversário que se festeja ou festeja.
E tem cor e significado para cada data ou evento!
Cada cor um evento:
Os confetes podem ser de várias cores e quando oferecida em uma ocasião, cada cor é apropriada para a cerimônia que você pretende celebrar.
- Azul claro – para celebrar o nascimento e batismo de um menino
- Rosa – para celebrar o nascimento e batismo de uma menina
- colorido – para comemorar um aniversário
- Branco – para celebrar um sacramento (primeira confissão, primeira comunhão, crisma, casamento)
- Verde – para celebrar um noivado e a palavra (promessa) em comum
- Vermelho – para celebrar uma formatura
- Bege – para celebrar Bodas de porcelana (15º aniversário)
- Amarelo – para celebrar Bodas de cristal (20º aniversário)
- Prata – para celebrar Bodas de prata (25º aniversário)
- Aquamarino – para celebrar Bodas de pérolas (30º aniversário)
- Azul – para celebrar Bodas de safira (35º aniversário)
- Verde – para celebrar Bodas de esmeralda (40º aniversário)
- Ouro – para comemorar Bodas de de ouro (50 anos)
- Marfim – para celebrar Bodas de marfim (55º aniversário)
- Branco – para comemorar Bodas de diamante (60º aniversário) ou outros aniversários de casamento
- preto – para um luto
A tradição das amêndoas açucaradas de Andria
Existem muitas fábricas que produzem vários tipos de confete; entre estas, deve-se citar a antiga fábrica de Andria, na Puglia, que produz esses doces desde 1894, graças a Nicola Mucci, cuja empresa era fornecedora de amêndoas açucaradas para o casamento real do Príncipe Humberto de Sabóia com o Princesa Maria José da Bélgica. Este confeiteiro, por sua vez, aprendeu a arte de fazer amêndoas com açúcar em uma conhecida loja de chocolates suíços localizada em Nápoles, chamada Caflish. Em Andria, no mesmo local da doçaria, foi instalado o Museu do Confetto, em memória de Giovanni Mucci, onde a história e arte deste milenar bolo é explicada com ferramentas, documentos, doces e chocolates.
O Museu
O Museo del Confetto nasceu em homenagem a Giovanni Mucci, filho do fundador da confeitaria Mucci, Nicola Mucci. Com este museu, a família Mucci quis homenagear e perpetuar o patrimônio da história, saberes e tradições herdados ao longo do tempo. Um património que deve ser zelosamente guardado, preservado e sobretudo contado. Porque este património é também uma excelência da Puglia da qual tanto se orgulhar, e que faz parte do circuito “Lugares históricos da Itália” (Locali Storici d’Italia), de fato, este museu, reconhecido pelo Ministério do Património e Atividades Culturais, é visitado não só pelos Apulianos, mas também por turistas de todo o mundo. A história da amêndoa açucarada é contada neste museu.
Todas as amêndoas açucaradas são feitas à mão como antes e são preparadas com excelentes matérias-primas: as amêndoas da Puglia, as amêndoas de Avola, as avelãs do Piemonte IGP, e folhas de prata pura!
Partindo da primeira degustação para começar o passeio com suavidade, começamos a descobrir as várias máquinas. Do descascador de amêndoas à bassine – ainda hoje usada – para terminar com o branlante, uma bacia de cobre que servia para o processamento manual de amêndoas açucaradas.
No museu aprendemos o porquê da importância da amêndoa açucarada em Andria, um motivo que sinceramente não conhecia. A ligação entre Andria e os confetes é muito antiga e fortemente ligada à tradição local, como por exemplo: os namorados iam à casa das respectivas namoradas com familiares por ocasião de eventos especiais (por exemplo, o noivado oficial), acontecia a chamada “Petresciata“: a namorada era “bombardeada” com amêndoas açucaradas, símbolo de fertilidade e bom presságio. As sogras também levaram uma bomboniere recheada de preciosas amêndoas açucaradas, um símbolo de fecundidade. E obviamente o fato de as sogras terem trazido esse presente da sorte fazia com que a futura nora fosse bem-vinda. Pense que se esse costume não fosse praticado por qualquer motivo, havia até o risco de destruir o casamento.c
Daí a importância da amêndoa com açúcar para Andria e para os moradores. Ainda hoje os confetes são o emblema da fertilidade: seu coração doce e terno simboliza a semente na terra ou na fêmea que dará fruto. Por isso, jogá-la ou consumi-la já foi um precioso ato propiciatório, entendido como promessa de renovação do ciclo da vida.
Entre as amêndoas açucaradas denominadas “regali” – (presentes) está a Regina Elisabeth: uma amêndoa Avola coberta com chocolate branco, limão e prata por fora.
Os Muccis foram premiados duas vezes pela Gambero Rosso como a melhor confeitaria da Itália. A empresa agora está sediada em Trani. A visita inclui também a sala do cacau, entre grãos prensados, cacau em pó e formas ovais de cobre para as festas da Páscoa.
A visita ao museu custa 5 euros, e fica no centro de Andria. Veja mais no site www.museodelconfetto.it
Gostaria de saber mais e conhecer onde são feitos os confeitos
Ola Denise, eles sao feitos no mesmo local do Museu, na Fabrica. Podemos organizar a visita se quiser.